domingo, 28 de novembro de 2010

O impacto dos meios eletrônicos na educação em crianças e adolescentes

A palestra com o professor doutor Valdemar Setzer (USP) apresentou os aspectos negativos da tecnologia na formação de crianças e adolescentes, argumentando através de vários exemplos estes aspectos.
Segundo ele, o objetivo principal da palestra é o de discutir a relação dos meios eletrônicos com a educação e de que forma os mesmos influenciam negativamente no processo de aprendizagem de crianças e adolescentes. As atividades básicas de cada pessoa são: Pensar, sentir e querer. Então, ele nos propõe refletir como a televisão, videogame, computador e internet prejudicam o desenvolvimento dessas habilidades.
Ainda falou sobre o sobre o momento atual, que ao invés das crianças estarem brincando e aproveitando a infância, preferem ficar em casa na frente do computador, afetando assim, o intelectual, emocional e o inconsciente.
Nesta palestra foi feita uma análise de cada um dos aparelhos, sob alguns pontos de vista: dando ênfase na influência desses aparelhos na vida de crianças e jovens. Uma questão fundamental é a verificação de cada aparelho quanto à sua utilidade e forma de utilização educacional, o prejuízo que pode causar e que atitude pais e professores deveriam tomar frente a ele.
Á seguir relaciono alguns pontos que foram apresentados durante a palestra.

Alguns casos de pesquisas sobre efeitos negativos

  • Crianças que assistem TV são mais propensas à intimidação.
  • Jogos eletrônicos violentos podem aumentar a agressividade de crianças e adolescentes.
  • Aumento do risco de doenças, como coronarianas, pressão alta, diabetes, bem como outras devido ao aumento do consumo de cigarros.
  • Problemas de atenção e iteratividade.
  • Agressividade e comportamento anti-social.
  • Prejuízo para a leitura.
  • Diminuição do rendimento escolar.
  • Produção de isolamento social.
  • Indução ao consumismo.

Em sua conclusão, ele argumentou que é preciso reverter o processo de degeneração do ser humano, da sociedade e da natureza e que o único meio é uma educação mais humana e menos tecnológica tanto no lar, quanto na escola, é uma educação artística e social que busque a
cooperação e não para a competição.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Setzer, Valdemar W. O impacto dos meios eletrônicos na educação, em crianças e adolescentes. Disponível em: < http://www.ime.usp.br/~vwsetzer> Acesso em: 22 out. 2010.

Portfólio

Um portfólio é uma lista de trabalhos de um profissional ou empresa. O portfólio é uma coleção de todo o trabalho em andamento na organização relacionado com o alcance dos objetivos do negócio. Toda organização tem um portfólio, mesmo que não reconheça especificamente. Consiste nos trabalhos que estão em andamento na empresa, estejam estes trabalhos relacionados de alguma forma entre si ou não. Algumas organizações tem portfólios separados por departamentos, divisões ou unidades de negócio. Em última instância, deve haver um portfólio abrangente para a organização como um todo.

Para criar um Potfólio, primeiramente definir onde vamos criar nosso blog, relaciono a seguir alguns links onde podemos criá-lo:

•http://blogger.globo.com/
•http://www.blig.ig.com.br/
•http://blogs.sapo.pt/
•http://blog.uol.com.br/

E para alcançar os objetivos precisamos seguir os seguintes passos: Possuir um objetivo claro; Visar a um público específico; Possuir conteúdo útil para o público alvo e finalmente ser atualizado frequentemente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

•Antonio, José Carlos Uso pedagógico do blog – o Edublog. Disponível em: < http://professordigital.wordpress.com > Acesso em: 01 nov. 2010.
•<http://pt.wikipedia.org> - Acesso em: 01 nov. 2010.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Educação à distância, é o processo de aprendizagem onde ocorre a separação física entre o professor e o aluno, podem estar separados tanto pelo espaço, como pelo tempo.
Existem as seguintes modalidades de educação:
Presencial: O ensino de modo convencional é feito na educação presencial, porém hoje em dia é comum o uso de recursos tecnológicos, também nesta modalidade, utilizando computadores com internet, onde podemos fazer pesquisas, viajar virtualmente por outros lugares, utilizar softwares educativos para uma melhor aprendizagem ou fixação de conteúdos estudados na sala de aula.
Semi-presencial:  Acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, através de tecnologias internet, rádio, televisão, correio, vídeo, CD-ROM, telefone, fax ou outras tecnologias semelhantes, podemos exemplificar com a nossa matéria de Tecnologia da Educação, que é semi-presencial, temos aulas presenciais na faculdade e aulas virtuais pela tecnologia do Aprender Unoeste.
Educação à Distância: A educação a distância pode ter ou não momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados fisicamente no espaço e ou no tempo, mas podendo estar juntos através de tecnologias de comunicação, essas tecnologias podem ser internet, rádio, televisão, correio, vídeo, CD-ROM, telefone, fax ou outras tecnologias semelhantes.
Referência
·         [1] http:// www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm

DISLEXIA

A dislexia não é considerada uma deficiência ou atraso intelectual, mas sim uma dificuldade de aquisição da para a aprendizagem da linguagem (leitura e escrita).
Alguns sintomas devem ser observados e considerados como reveladores dessa dificuldade:
·         O não querer: pois normalmente as crianças gostam de fazer tudo que lhes é proposto , quando ela se nega a fazer, provavelmente é porque não se sente capaz para realizá-la.
·         Antecedentes familiares: Filhos de pais disléxicos, provavelmente o serão também, pois é comprovada a relação entre a dislexia e a genética.
É importante que seja feito uma avaliação diagnóstica cuidadosa do disléxico, observando o seu histórico pessoal, analisando a sua ficha clínica, o seu perfil pessoal e histórico escolar, bem como uma prova de leitura e escrita, para avaliação do ponto de vista fonográfico, ortográfico, velocidade de leitura, enfim a sua capacidade de codificação e decodificação.
A família  de uma criança disléxica deve ser muito paciente diante de suas dificuldades, nunca comparando-a com outra criança, assim como os professores deverão diversificar os métodos pedagógicos para assimilação da informação  por elas, pois  a dislexia não tem cura, mas existe tratamento, sendo possível uma vida altamente produtiva e com realizações pessoais mesmo sendo disléxico.

DISGRAFIA

A Disgrafia é uma alteração da escrita normalmente ligada a problemas perceptivo-motor. Ela varia de criança para criança, os problemas mais comuns são dificuldades no controle motor e na deficiência da percepção visual.
Na escrita podem ocorrer:
·         Deficiência Visual: As dificuldades de controle motor afetam as maneiras como as letras são produzidas, enquanto a deficiência na percepção visual afeta a maneira como são percebidas.
·         Distúrbios na forma de segurar o lápis
·          Deficiências da Memória visual: A criança copia bem, mas não consegue escrever por ditado.
·         Deficiências de Controle Espacial: Crianças com dificuldades de organizar sua escrita na página.
·         Taxa de Processamento Diminuído: A escrita é normal, mas tão lenta que se a criança tenta acelerar este processo, a escrita fica desorganizada.
A escrita desorganizada que se pode referir não só a irregularidades e falta de ritmo dos signos gráficos, mas também a globalidade do conjunto escrito.
As crianças com disgrafia, frequentemente sofrem em silêncio sendo extremamente importante o reconhecimento de que elas não têm culpa desse problema, isso para elas, é um grande conforto.

ARITMÉTICA

As dificuldades específicas têm sido descritas em vária área da matemática, mas a dificuldade em aritmética tem recebido a maior atenção. Isto reflete ao fato de que os cálculos aritméticos exercem m papel importante no dia-a-dia.
Algumas habilidades envolvidas em resolver problemas aritméticos são utilizadas somente para tais funções, enquanto outras se desdobram a outras áreas da aprendizagem. Ela pode estar associada aos Distúrbios da Linguagem, à Dificuldade de leitura, de Escrita e de Ortográfica.
Em algumas crianças, dificuldades de aritmética poder ser um problema isolado devido a dificuldades com habilidades consideravelmente atribuídas à aritmética, envolvendo as seguintes áreas: Funções Operacionais, Processo de Seleção, Memória Seqüencial, Organização Seqüencial, Expressão Matemática Verbal, Simbolização Abstrata, Agrupamento, Manipulação Matemática Concreta, Conservação de Quantidade, Estabelecimento da Relação “Um para Um”, Representação Gráfica dos Números e Interpretação de Sinais.
Como vemos, a aritmética envolve muitas habilidades diferentes e as dificuldades podem ser causadas por qualquer uma delas. Portanto, é preciso que seja feita uma análise cuidadosa da exata natureza do problema infantil.
Os pais precisam estar em contatos com os professores, para que trabalhem o mesmo método de ensino com a criança, evitando confundi-las ainda mais. Ainda podem ajudá-las, no cotidiano, por exemplo, na hora de arrumar a mesa, contar os talheres que serão tirados da gaveta, copos, isso ajuda muito, por ser uma experiência concreta para a criança, sendo uma maneira simples e agradável.
Ainda as tecnologias podem ajudar crianças com essa dificuldade. Existem softwares para ensinar ou praticar a aritmética, porém os pais devem ter o cuidado de acompanhar as crianças no uso do computador, evitando que elas se distraiam com outras atividades.

TDAH

O transtorno de déficit de atenção é um dos distúrbios do comportamento mais comuns na infância, manifestando-se precocemente, por exemplo: inquietude no berço, crianças na pré-escola com mais energia que as demais com a mesma faixa etária.
Embora as causa precisas do TDAH não estejam esclarecidas, a influência de fatores genéticos é fortemente sugerida pelos estudos epidemiológicos.
A identificação dos possíveis genes de suscetibilidade é fundamental, uma vez que a informação está diretamente relacionada ao tratamento e à prevenção.
Alguns outros fatores etiológicos são apontados por Benczik (2000, p.31-32), entre eles: Hereditariedade,Substâncias ingeridas na gravidez, Sofrimento fetal, Exposição ao chumbo, Problemas familiares.
A tríade sintomatológica clássica da síndrome caracteriza-se por desatenção, hiper-atividade e impulsividades.
A avaliação é difícil de ser feita, pois os sintomas, geralmente n~çao se manifestam no consultório médico. É preciso então que seja feita uma coleta de dados com os pais, com a criança e com a escola.
O DSM-IV propõe a necessidade de pelo menos seis sintomas de desatenção ou hiper-atividade para o diagnóstico de TDAH, como por exemplo:
Desatenção:
·         Frequentemente deixa de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou outras;
·         Dificuldade para manter atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
·         Parece não escutar quando lhe dirigem a palavra, etc.
Hiper-atividade:
·         Frequentemente agita as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira.
·         Abandona sua cadeira na sala de aula ou em situações nas quais se espera que permaneça sentado.
·         Corre ou escala em demasia em situações nas quais isto é inapropriado.
·         Fala em demasia, etc.
Impulsividade:
·         Tem dificuldades para aguardar sua vez;
·         Interrompe ou se mete em assuntos de outros, etc.
Os pais devem seguir algumas dicas que serão úteis:
·         Reforçar o que há de melhor na criança.
·         Não estabelecer comparações entre filhos.
·         Dar instruções diretas e clara, uma de cada vez, em um nível que a criança possa entender.
·         Não esperar “perfeição”, etc
Os pais devem estabelecer em casa normas de comportamento clara e definidas, evitar castigar excessivamente a criança, o local onde vai realizar seus deveres escolares devem ter pouca distração, além de manter horários regrados para os deveres, dormir, diversão.

MICHEL DE MONTAIGNE

Michel de Montaigne nasceu na França em 1533. Era neto do primeiro Senhor de Montaigne e recebeu uma educação primorosa, todas as manhãs, era acordado pelo som da espineta, para que seus ouvidos se tornassem refinados. Até os seis anos de idade, em sua casa, seus familiares e serviçais só falavam latim, para que fosse facilitado o seu aprendizado da linguagem culta da época.
Montaigne começou a sua educação com o seu pai, que tinha um espírito por um lado vigilante e metódico, mas por outro aberto às novidades. Após estes estudos, se formou em Direito, na Universidade de Toulouse e durante alguns anos tentou se engajar no meio jurídico e nos círculos da nobreza, mas não se adaptava à vida de cortesão, cheia formalidades e protocolos. Mesmo assim, exerceu por três vezes o cargo de prefeito de Bordeaux, onde travou uma profunda amizade com La Boétie. Ressaltamos aqui, que La Boétie, foi um humanista e filósofo francês, contemporâneo e grande amigo de Michel de Montaigne, (este que em seu ensaio "Sobre a Amizade" faz uma homenagem a La Boétie).
Cansado dos labores públicos, vendeu seu cargo de magistrado em 1570 e retirou-se para sua propriedade, refugiando-se na biblioteca que ficava no terceiro andar de uma torre arredondada, junto ao castelo da sua família.  Em seu retiro, Montaigne desejava apenas sossego e livros, dedicando-se ao estudo e à reflexão. Levou nove anos para redigir os dois primeiros livros dos Essais. Depois viajou por toda a Europa durante dois anos (1580-1581). Faz o relato desta viagem no livro Journal de Voyage, que só foi publicado pela primeira vez em 1774.
Enfim, regressou ao seu castelo e continuou a corrigir e a escrever os Essais, tendo em vista o estilo parisiense de exposição doutrinária. Os seus Ensaios compreendem três volumes, que vieram a público em três versões: Os dois primeiros em 1580 e 1588. Na edição de 1588, aparece o terceiro volume. Em 1595, quase três anos após sua morte em 1592, publica-se uma edição póstuma destes três livros com novos acrescentos.

O FILÓSOFO
Michel de Montaigne foi um filósofo da Renascença, ainda que ao escrever os seus Ensaios não se julgasse um filósofo.  É um dos precursores da modernidade, sua filosofia marca a ruptura com a forma de pensar medieval, na qual a unidade entre o pensamento e o Ser, entre pensamento e verdade encontrava sua justificava na metafísica. Simplesmente escrevia aquilo que pensava resultante de seus estudos e de suas próprias experiências e das experiências vividas por outros. Seus ensaios não mostravam métodos, mas uma irreverência e um modo de escrever muitas vezes bem humorado, mas que atraiam a atenção de seus leitores e amigos.
A filosofia montaigniana põe em dúvida a possibilidade de o homem acessar a verdade nos termos postulados pelo dogmatismo medieval. A ponte entre o homem e o Ser foi rompida. Não há no homem e nem fora dele nenhum modelo que lhe forneça a medida de seu próprio ser e, por conseguinte, da própria Verdade. A razão humana perde seu papel de centralidade no acesso a verdade do mundo para tornar-se sua intérprete: aquela que dele fala. Donde conclui Montaigne não ter o homem a chave para decifrar o mundo e as coisas.

OS ESSAIS
Montaigne fundou um gênero - o ensaio - guiado pelo senso comum, misturando instinto com experiência, circulando pelos temas mais diversos, sem compromissos com a autoridade, mas sim com a liberdade. Tratava-se do registro das suas experiências, observações e reflexões que ele extraíra da vida. Nada lhe foi estranho; o amor, a luta, a religião, a coragem, a amizade, a política, a educação... Recorrendo largamente aos fatos passados e ao enorme domínio erudito dos clássicos, escrevia pelo gosto da aventura e pela emoção que lhe provocava, tornando o leitor cúmplice das suas emoções. Como ele mesmo, não havia limite para suas inquietações. Se o cosmos era infinito, também o era o da imaginação do escritor.
Os Essais são um auto-retrato. O auto-retrato de um homem, mais do que o auto-retrato do filósofo. Montaigne procura também encontrar em si o que é singular. Mas ao fazer esse estudo de auto-observação acabou por observar também o Homem no seu todo. Montaigne é assim um livre pensador, é um pensador sobre o Humano, sobre as suas diversidades e características. E é um pensador que se dedica aos temas que mais lhe apetecem, vai pensando ao sabor dos seus interesses e caprichos.
Montaigne não se julga versado no estudo da natureza humana, contudo, nos Ensaios é patente o seu interesse pelo comportamento humano nas eventualidades da vida. Talvez para comparar as reações alheias com as suas próprias reações e daí tirar as suas conclusões. Ou, rememorando as experiências que vivenciou o levassem a entender o comportamento dos outros em determinadas situações. Talvez, essa observação também o conduzisse a julgar de acordo com seu próprio crivo as situações adversas que ocorriam em seu país naquela época.
O que Montaigne queria provar é que por diversos meios chega-se ao mesmo fim. Portanto, as circunstâncias podem levar aos resultados mais diversos, desde que se saiba aproveitar as oportunidades que surgem, podemos perceber aqui certo relativismo da parte de Montaigne. E colocando em pauta a sua expressão pode-se perceber facilmente que a maioria das vezes que ele escreve sobre determinado assunto, deixa um fio condutor que pretende levar o seu leitor a algum outro extremo, deixando transparecer que ele quis dizer algo mais do que se propôs, e que, de certo modo, ele quer chegar a uma outra explicação daquilo que ele sugeriu.
Montaigne mostra em sua obra certa divisão do homem particular e do homem público, talvez por ter sido um homem envolvido algum tempo com a política como profissão, acreditava que um homem deveria ser obediente ao seu rei às leis de seu país e buscar uma conduta honesta. Quanto à religião, embora filho de mãe judia, e tendo vivido na época da Reforma protestante, optou pela permanência na tradição, ou seja, a religião católica, o que não lhe impediu de algumas vezes criticar alguns exageros praticados pela igreja e seus fiéis.
Nos Ensaios é comum perceber o seu gosto por outros escritores como Cícero, Ovídio e principalmente Sêneca.  Além de fazer inúmeras menções de experiências que vivenciou, que leu, que observou e que ouviu de outros, ele não deixou muito evidente qual a sua linha de pensamento, pois com a destreza com que escrevia ficava claro o seu grande interesse por leituras variadas que lhe acumulasse certos saberes filosóficos, religiosos, e assuntos gerais, da necessidade do momento.
Quem pesquisa os seus Ensaios tem a impressão que ele tenha vivido várias linhas filosóficas em diversas etapas de sua vida e saboreado um pouco de cada, como que procurando não um pensamento que pudesse seguir unicamente, mas para elaborar a sua própria linha de pensamento, livre de amarras, é como buscar conhecer muitos caminhos a fim de encontrar inspiração para fazer a sua própria estrada.

Montaigne e o Brasil
O pensador foi o primeiro grande nome das letras européias a fazer referência ao Brasil, graças às informações de um homem que estava a seu serviço e que por aqui estivera nos tempos da França Antártica.  Seu capítulo "Dos Canibais" (Ensaios, Livro I, capítulo XXXI). Recomendou aos seus enviados que não tivessem preconceitos quando lidassem com os indígenas, pois considerava os índios como seres criados por Deus em estado puro. Utilizou-se de seus costumes saudáveis, visto que ignoravam as palavras "mentira", "traição" ou "avareza", contrastando-se com a França do seu tempo. Chegou a minimizar-lhes o canibalismo, dizendo que na guerra se portavam de maneira mais digna do que as guerras de religião que infernizavam a vida dos franceses.
Segundo pesquisas, Montaigne é juntamente com Shakespeare, um dos poucos autores do Renascimento que ainda é lido pelo público de hoje, pois os volumes que seus Ensaios, cuja primeira edição é de 1580, continuam  modernos e prazeroso.
No Brasil, a mais recente tradução dos Ensaios (só o Livro I) é da responsabilidade de Rosemary Costhek Abilio, publicada no ano 2000, pela Editora Martins Fontes/SP. A considerada clássica é a tradução de Sérgio Milliet, surgida em 1961, pela Editora Globo de Porto Alegre, em três volumes e republicada mais tarde pela Editora da Universidade de Brasília e também na coleção Os Pensadores, da Editora Abril de São Paulo (a primeira em 1972, num só volume, e a Segunda em 1996, em dois volumes).

Montaigne e A educação
Montaigne não demonstra ter uma idéia sistemática de educação, mas encontramos aspectos que se revestem de significado educativo, os quais se encontram difusos nos Ensaios. As várias experiências neles descritas, através de opiniões sobre os assuntos mais diversos, colocam-nos diante da possibilidade da construção de um pensamento baseado no esforço do próprio indivíduo em elaborar a consciência de si e do mundo. É através do exercício da livre curiosidade, que os indivíduos podem formar opiniões próprias sobre os assuntos em questão, livre de qualquer pretensão que queira fundar a verdade do mundo. Nestas circunstâncias é o Eu empírico que vive e julga, que muda de opinião e que está sujeito à instabilidade e à incerteza. É desta perspectiva da construção do Eu, que Montaigne pensa a educação, enquanto uma prática que deveria modelar a alma da criança tendo como princípio pedagógico o mote: “Que sei eu?”
Entre as atividades humanas a tarefa de educar a criança se revela, aos olhos de
Montaigne, a mais incerta. As tendências presentes na natureza humana são às vezes enganadoras, o que torna difícil emitir sobre elas um juízo seguro. No caso do homem há um agravante, pois desde muito cedo é lançado em hábitos, costumes, leis e preconceitos que produzem máscaras.
Montaigne não guarda boas lembranças do colégio e o descreve como uma verdadeira prisão. Os professores são vistos como pedantes e carrascos. Submetem os alunos a uma disciplina rigorosa e recorrem a práticas cruéis. Por mais exagerado que nos possa parecer esse relato, sabemos que os castigos corporais eram permitidos naquela época, como também o foi até recentemente no Brasil.
Montaigne diz que a educação, na época, valorizava a memorização em detrimento da inteligência, e que ao invés disso, a tarefa do professor deveria ser a de ensinar o caminho à criança, fazendo-a “provar as coisas”, a escolher e discernir por si própria, para que seus sentidos fossem aguçados perante um mundo que lhe chega das mais variadas formas, vindo mais tarde ganhar a forma na linguagem. Para ele, a escola deveria atender as particularidades de cada aluno, de tal modo a possibilitar desenvolver suas capacidades e seus gostos. Como isso não acontecia, as lições tornaram-se insuportáveis e penosas, sendo ensinadas por meio de ameaças e castigos. Exigia-se deles que decorassem e repetissem a lição, dando-lhes apenas uma falsa sensação de tudo saberem.
Concluímos então que Montaigne apresenta um estilo em filosofia em que o exercício do filosofar traduz-se como experiência do pensar, que é incompatível com a certeza, o que está em jogo é a formação do eu, de sua capacidade de julgamento e de sua autonomia perante o mundo. Desta maneira, Montaigne busca substituir a moral medieval baseada na autoridade, pela moral do livre exame. O que ele ensina é o pensar livremente.

Citações de Montaigne
"Nós podemos chegar a ser cultos com conhecimento de outros homens, mas nós não podemos ser sábios com sabedoria de outros homens."

"Eu não recolhi um ramo de flores de outros homens, mas a linha que os liga é meu própria."

O que o teme sofre, sofre já de seu medo

A menos que um homem sente que tem uma memória bastante boa, ele nunca deve arriscar-se encontrar-se --

Eu sei bem do que eu estou fugindo, mas não o que eu estou buscando.

"Eu entendo que os prazeres devem ser evitados se as dores forem a grande conseqüência, mas se as dores forem cobiçadas, elas terminarão em prazeres maiores."


 É uma presunção perigosa e fútil, além de uma absurda temeridade, ter desprezo pelo que nós não compreendemos”.

"Que eu sei?"
Referências
  • ARANHA, M. L. A. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. São Paulo: Moderna, 2008.

IDEALISMO E A EDUCAÇÃO

O idealismo do ponto de vista da Teoria do Conhecimento é o nome genérico de diversos sistemas filosóficos, segundo os quais o ser ou a realidade são determinados pela consciência, ou seja, são as idéias que produzem a realidade, porque “ser” significa “ser dado na consciência”.
Hegel (1970-1831) – Foi um importante pensador idealista do século XIX, desenvolveu a filosofia do movimento, do ”vir a ser”, era um idealista lógico.
Para explicar a realidade em constante processo, ele não utiliza a lógica tradicional, mas estabelece os princípios de uma outra lógica, a dialética, da qual deriva um novo conceito de razão e história, pois argumenta que a razão é histórica, portanto, o presente é visto como resultado de longo e dramático processo. Ele divide a dialética em três momentos: a tese, antítese e síntese.
Hegel defende uma corrente filosófica que prioriza o espírito ou a consciência na reflexão a respeito da realidade exterior. Ele idealiza a realidade humana em constante mudança e sujeita a uma lei: a dialética, em que a racionalidade humana “é o próprio tecido do real e do pensamento”, a manifestação das idéias. É através desse movimento, chamado de Razão, que se passa por todos os graus: a Natureza Inorgânica, a Natureza Viva, a Vida Humana Individual, A Social e até mesmo a Cultural.
Para Hegel, a educação é um meio de espiritualização humana, cabendo ao Estado incentivar esse processo.  O Estado não absorve toda a personalidade do educando, apenas oferece condições e critérios para que este a desenvolva. Segundo Hegel, o homem deve tudo ao Estado, e é no Estado que o homem encontra o fundamento para sua formação e ação, pois o Estado é representação objetiva do Espírito Absoluto, por isso a educação hegeliana, busca por um homem que vá abandonando o “eu” em estado subjetivo e, objetivando-se, para que com os demais, venha participar de um momento do Espírito Absoluto.
Fichte (1762 – 1814) - Foi contemporâneo de Hegel, valorizava muito a educação. Fichte é um homem para quem todo conhecimento e toda ciência tem que estar submetida ao serviço da ação moral.
Fichte é um dos primeiros representantes do ativismo e do voluntarismo em Pedagogia, sendo o mais alto representante da educação de Estado e da escola nacional. Parte da idéia de que a natureza humana não nos é dada, mas na medida em que nos afirmamos como sujeitos, vamos nos humanizando, capazes de consciência de si e de afetividade livre. Ele destaca a educação como indispensável para o renascimento e a grandeza da Alemanha, pois na sua visão o fim ultimo da educação é a humanidade.
Ele foi também um dos primeiros defensores da escola unificada, ao pedir a educação para todos em todos os graus, segundo a capacidade e independentemente da posição econômica e social dos alunos, colocando o Estado como o responsável de instaurar esta escola nacional e unificada. Para ele, o conhecimento é uma atividade subordinada que tem por objeto permitir a ação e propor ao homem esta ação. O eu é plenamente aquilo que é quando atua moralmente.
Schelling (1775 – 1854) - Foi uma personalidade intelectual muito diferente de Fichte, ele parte da intuição, onde a razão subjetiva é indissociável com aquela objetiva. Sua corrente filosófica é baseada no Sistema do Idealismo Transcendental, ou seja, que pertence à pura razão e é a anterior a qualquer experiência. Esse sistema leva a uma nova perspectiva ao sujeito, isto é, não são as coisas que ditam a veracidade, simplesmente, mas o sujeito também, com toda a complexidade que lhe envolve. Sujeito e objeto formam um todo, para se chegar à verdade.
Outros filósofos como Schleiermacher e Von Humboldts e os poestas Goethe e Schiller, são representantes da pedagogia do neo-humanismo, segundo Franco Cambi, historiador de educação, o tema pedagógico desses autores citados, é a formação humana, idealizando o homem integral, capaz de conciliar dentro de si sensibilidade e razão, desenvolvendo liberdade interior e organização, junto a uma relação viva com a cultura.
REFERÊNCIAS 
  • ARANHA, M. L. A. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. São Paulo: Moderna, 2008.
  • Garcia Morente, Manuel. Fundamentos de filosofia: lições preliminares. São Paulo: Mestre Jou, 1980.
  • Diálogo com os Filósofos. Disponível em: <http://www.dialogocomosfilosofos.com.br/category/idealismo/> Acesso em: 18 out. 2010.

A SECULARIZAÇÃO DO PENSAMENTO

Ao movimento de renovação que motivou a transição do feudalismo para o capitalismo, deu-se o nome de Renascimento. Esse período foi marcado por mudanças na forma de sentir, pensar e agir com relação ao comportamento e pensamentos, vigentes na idade Média. É através no Renascimento que surge a burguesia, a qual passa a exprimir novos valores e ideais.
Uma das principais características do Renascimento é o Humanismo, que traz consigo o florescimento das artes e o despertar para mudanças nas formas de pensamento.
O homem na visão Humanista, passa de uma condição passiva à agente na sociedade, não aceitando mais as verdades pré-estabelecidas. Essa mudança possibilitou-lhe enxergar o mundo através de seus próprios juízos.
No período do pré-Renascimento Dante Alighieri (1265-1321), escreveu em a Monarquia, um texto político com teses naturalistas, reconhecendo o homem como um ser capaz de guiar-se por sua própria razão. Defendia a autoridade do rei, independente do poder do papa e da Igreja. Para o imperador cabia a incumbência de governar a sociedade e a Igreja deveria preocupar-se com salvação de todos na vida que estava por vir.
No século XVI, Maquiavel (1469-1527) propõe uma visão política diferente, onde o homem organiza seu espaço social e político, livre das influências religiosas.
A educação, aproveitando este momento de críticas à tradição, busca bases naturais e livres de interferências religiosas, a fim de difundir os valores e ideais burgueses. Como esse ideal nem sempre era alcançado de forma plena nas escolas, passou a ser defendido nas obras de literatos, filósofos e pedagogos. Muitos esboços de teoria da educação foram feitos por Erasmo, Rabelais e Montaigne, mas somente Vives apresentou um sistema coerente e organizado de filosofia da educação.
Juan Luis Vives (1942-1540), humanista espanhol, lecionou na universidade de Oxford, escreveu uma extensa obra pedagógica, sendo que seu principal trabalho foi Tratado do ensino, onde fala da educação da mulher, apesar de considerar sua presença fundamental no lar. Recomendava o cuidado com o corpo e atenção com o aspecto psicológico no ensino. Valorizava os métodos indutivos e experimentais e defendia o estudo adequado da língua materna juntamente com o latim.
Erasmo de Rotterdam (1467-1536) foi considerado representante do pré-Iluminismo, representante da corrente erudita da Renascença fazia muitas críticas à igreja corrupta e autoritária, por muitas vezes apoiou Lutero, mas sem aderir a Reforma. Dedicava-se às questões literárias e estéticas. Autor de Elogio da loucura, onde critica muitas atividades humanas, identificando nelas mediocridade e hipocrisia. Defendia o respeito ao amadurecimento da criança, o cuidado com a graduação do ensino, que as práticas de castigos corporais fossem abandonados e finalmente que as crianças pudessem aprender se divertindo, deixando de lado a preocupação com resultados imediatos.
François Rabelais (1494-1563) representa a corrente enciclopédica da Renascença. Assim como outros humanistas critica a tradição escolástica de forma irônica. Suas idéias sobre educação foram registradas em suas obras Gargantua e Pantagruel, uma utopia na qual tudo é exagerado, inclusive os personagens. Nesta obra, Rabelais simboliza a necessidade de se desfazer de toda lembrança da tradição, para que o novo ensino tenha bom aproveitamento.
Michel de Montaigne (1533-1592) foi um filósofo da Renascença.  É um dos precursores da modernidade, sua filosofia marca a ruptura com a forma de pensar medieval. Ele criou um novo gênero, os Ensaios, que eram guiados pelo senso comum, escrevia sobre suas próprias experiências e aquelas vividas por outros. Ele não deixou uma idéia sistemática da educação, mas através de suas experiências descritas nos Ensaios, procurou deixar claro que é exercitando a livre curiosidade, que cada individuo forma opiniões próprias, para ele a alma da criança deveria ser modelada através do seguinte pensamento: “Que sei eu?”. Para Montaigne a escola deveria se adequar a cada aluno, de modo que cada um pudesse desenvolver suas capacidades de forma prazerosa, mas ao contrário disso, o ensino era feito com ameaças e castigos.
Referências
ARANHA, M. L. A. História da educação e da pedagogia: geral e Brasil. São Paulo: Moderna, 2008.
ARANHA, M. L. A. História da educação. – 2, ed. rev. e atual. - São Paulo: Moderna, 1996.

sábado, 13 de novembro de 2010

Trocando as Letras...

De aorcdo com uma peqsiusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lteras de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. Sohw de bloa!

Você consegue Ler?

UM TEXTO LOUCO
“É POSSÍVEL LER MESMO FALTANDO LETRAS...”3M UM D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45. QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4. 4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0, C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0. C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40; G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R. M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R!! S0 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 C4R1NH0. 0 R3570 3 F3170 4R314.4BR4C05...